A brasileira Ingrid Migliorini,
mais conhecida como "Catarina", vendeu sua virgindade por mais de R$ 1,5
milhão, mas, se depender do subprocurador-geral da República João Pedro
de Saboia Bandeira de Mello Filho, ela pode ficar sem um tostão.
Mello Filho quer que o diretor do documentário Virgins Wanted
(Procura-se Virgens, em tradução livre), Justin Siseley, que patrocinou o
leilão da virgindade da brasileira e vai produzir um filme sobre a
história, responda pelo crime de tráfico de pessoas.
O subprocurador disse que ficou sabendo que o australiano Sisely,
idealizador do projeto, está vindo para o Brasil com Catarina, e que
tentará acionar o Ministério Público para que ele responda pelo crime.
De acordo com o subprocurador, “não há dúvida” de que o leilão se trata de um crime.
— Aliciar uma brasileira para se prostituir no exterior é crime, não há dúvida. [...] A prostituição em si não é crime. Ela faz do corpo dela o que ela quiser. [...] Não há a intenção de cercear a liberdade. [...] O problema é que um produtor de TV está ganhando dinheiro em cima disso.
O subprocurador afirmou que, mesmo que o ato sexual ainda não tenha acontecido, o crime já ocorreu.
— O simples aliciamento já é um crime: aliciar a mulher brasileira para cometer prostituição do exterior. [...] Nessa medida, o Brasil deve interceder junto às autoridades australianas.
Ele ainda afirmou que o leilão de virgens “ocorria no circuito clandestino, em bordeis”, mas que “o problema maior agora é que isso foi feito abertamente”.
— É uma zombaria de nossas leis, para todo mundo ver.
O subprocurador enviou um e-mail para o Ministério das Relações Exteriores, na última sexta-feira (26), pedindo que o Brasil interceda junto ao Estado australiano para que o visto de Catarina seja retirado e ela seja deportada.
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