sexta-feira, 2 de junho de 2017

Ceará já é o primeiro Estado do País no número de casos de chikungunya

O último boletim do Ministério da Saúde divulgado, na manhã de ontem, apresenta o Ceará como o primeiro Estado do País no índice de incidência da doença. Neste ano, o valor analisado na 19ª semana epidemiológica (SE) é de 462,7 por 100 mil habitantes. Em igual período do ano passado, o dado era menor sendo de 13,5 notificações pela mesma divisão da população. Comparando os levantamentos é possível calcular o aumento dos casos prováveis em 3.332%. 

A expressão "casos prováveis" vem sendo utilizada pelo Ministério para incluir todos os casos notificados, exceto os que já foram descartados. As notificações são retiradas quando possuem diagnóstico laboratorial negativo ou quando são diagnosticados para outras doenças. Os casos de dengue grave, com sinais de alarme, e óbitos por chikungunya e zika informados incluem somente os casos ou óbitos confirmados por critério laboratorial ou por critério clínico-epidemiológico. 

Neste ano, segundo o Ministério da Saúde, foram registrados 80.949 casos prováveis de chikungunya no País e uma taxa de incidência de 39,3 casos por 100 mil habitantes. Destes, 28.225 (34,9%) foram confirmados. A análise da taxa de incidência de casos prováveis, por regiões geográficas, aponta a região Nordeste com a maior taxa de incidência - 93,3 casos por 100 mil habitantes, seguida da região Norte, com 45,6 casos. 

Entre as Unidades da Federação, destacam-se também Roraima e Tocantins. Até a 19ª semana epidemiológica, foram confirmados laboratorialmente 13 óbitos pela doença, no Pará (4), Ceará (4), Tocantins (1), Pernambuco (1), Bahia (1), Rio de Janeiro (1) e São Paulo (1). 

Entre os municípios com as maiores incidências de casos prováveis de dengue registradas até a SE 19, segundo estrato populacional (menos de 100 mil habitantes, de 100 a 499 mil, de 500 a 999 mil e acima de 1 milhão de habitantes, destacam-se: Jaguaribara, com 1.705,4 casos; Maranguape, com 540,5 casos; Aparecida de Goiânia (GO), com 137,2 casos e Fortaleza com 76,2 casos. 

Para o médico infectologista Anastácio Queiroz, o aumento do índice de incidência da doença era uma tendência natural para acontecer nos 184 municípios cearenses. De acordo com Queiroz, as fortes precipitações da quadra chuvosa facilitaram a disseminação do mosquito.