O baiano Cícero Fernandes, que perdeu a mulher e o filho de 4 anos em
um acidente na BR-324,
na Bahia, diz que a mulher ligou para ele uma hora antes do acidente,
dizendo que o motorista da ambulância onde eles estavam "não aguentava
mais dirigir". Mãe e filho viajavam na noite de segunda-feira (27) de
Irecê para Salvador – uma distância de 483 km –, onde o menino faria uma
cirurgia para retirar um objeto que ele havia engolido. A família
morava em Iraquara, a cerca de 100 km de Irecê.
"Minha esposa parou em um posto de gasolina para ele [o motorista da
ambulância] tomar um energético, porque ele disse que não estava mais
aguentando dirigir. Eu quero uma explicação de por que ele cochilou em
menos de cinco horas de viagem", questiona Fernandes.
A suspeita da Polícia Rodoviária Federal (PRF) também é que o motorista
da ambulância tenha dormido ao volante. O acidente aconteceu por volta
das 2h50, uma hora após a parada no posto de combustível, e deixou
quatro mortos: o motorista da ambulância, de 33 anos, uma técnica de
enfermagem de 42 anos, a mulher de Cícero, Josiária Carvalho dos Santos,
de 19 anos, e o filho do casal, Daniel.
De acordo com Cícero, o veículo saiu às 22h30 de segunda-feira do Hospital Regional de
Irecê,
em direção ao Hospital Geral do Estado (HGE), na capital. A instituição
de Irecê informou que o motorista da ambulância estava dentro do
horário normal de trabalho, que era das 19h às 7h.
Agora, Cícero aguarda o resultado do exame de DNA para que os corpos
sejam liberados. "É um pai que está desesperado, que perdeu a mulher e o
filho. Eu quero enterrá-los", diz.
O acidente
Quatro pessoas morreram carbonizadas na madrugada de segunda-feira, no km 580 da BR- 324, na altura de
Candeias, na Região Metropolitana de
Salvador.
Segundo a PRF, o motorista teria perdido o controle do veículo. O carro capotou diversas vezes e, logo em seguida, pegou fogo.
A equipe de emergência móvel da Via
Bahia,
concessionária que administra a rodovia, foi para o local do acidente.
Os corpos das vítimas foram então encaminhados ao Departamento de
Polícia Técnica de Salvador (DPT), onde estão até o momento.