São dez criadores e
cerca de 100 animais, numa região onde habitam cerca de 60 famílias. O abate
será feito semanal e de três em três animais. “Foi uma decisão dura, difícil,
mas foi a alternativa que encontramos”, disse o criador, Maiko de Morais Costa.
“Vamos ter prejuízo, mas é melhor perder no boi do que o boi todo”.
Na localidade, os
cacimbões secaram e não há mais pastagem para alimentar os bovinos. “Somos
pequenos criadores e não temos condições financeiras de comprar ração”, disse.
“Um saco de resíduo custa mais de 60 reais, não há milho que dê para atender a
nossa necessidade e quem tinha silagem, nessa época do ano, já se acabou”.
Um quilo de carne
bovina no mercado local varia entre R$ 15,00 e R$ 18,00. Na localidade Monte
Alegre o quilo da carne é vendido para as famílias locais por R$ 5,00. “É uma
forma de solidariedade que nós moradores encontramos, depois de discutir a
nossa situação”.
Na próxima
terça-feira, serão abatidas mais três reses. “Estamos selecionando os animais
com um pouco mais de carne”, disse Costa. “Será feito um rodízio entre os
criadores”.
Sem chuva, não há
pastagem nativa e a seca se agrava no sertão do Ceará desde 2012. “Ainda temos
fé, esperança que chova pelo menos para fazer pastagem, mas a situação é muito
crítica porque os animais estão morrendo de fome”, disse Maiko Costa.