A dona de casa Paula de Souza Nogueira Farias, de 22 anos, foi torturada por mais de quatro horas pelo ex-marido Neliton Carvalho da Silva, de 25, na presença do filho de um ano e meio, Nicolas, no apartamento 201 da Rua DW, no Pontal, Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste da cidade. Ela teve as pernas, braços e rosto queimados com um ferro de passar roupas, durante a noite desta sexta-feira. O ex-marido escreveu seu primeiro nome nas costas da vítima, com uma faca sob alta temperatura. A vítima ainda levou socos e pontapés em várias partes do corpo.
"Pensei que ia morrer. Fui marcada com um gado e tratada como um animal. Ele falou que eu ia ficar bem feia para não ficar com mais ninguém na minha vida. Falou que se eu o entregasse à polícia ele mataria meus outros dois filhos, de 7 e 5 anos, que são de outro relacionamento.
Paula contou que Neliton pediu para o ver o filho. "Fazia dois meses que ele realmente não via o menino. Como ele disse que me daria R$ 150 para as despesas, fui até a casa dele levar o garoto. Ele me recebeu bem, mas quando passei da porta começou o inferno. Ele me trancou dentro do apartamento e me acusou de ter relações com amigos dele. Aí ele me disse que ia apenas me torturar, mas não iria matar para eu lembrar sempre dele", disse ela. Com um ferro de passar roupas, o agressor queimou o rosto e as coxas da mulher, que ficaram em carne viva.
Os gritos da mulher não fizeram o ex-marido parar. Paula se contorceu em dores quando Neliton escreveu seu primerio nome nas costas dela. "Ele disse que para que toda a vez que eu estiver com outro homem, vou lembrar dele", disse. Ele usou uma faca sob alta temperatura para fazer as letras. Nos braços, ele desenhou as letras "enes". Após a sessão de torturas, o agressor levou a vítima até o ponto de ônibus. Ele pegou uma kombi e parou no Posto de Policiamento Comunitário (PPC) do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes. Ela foi levada para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde foi medicada.
Ainda bastante abalada com as agressões, a vítima contou que prestou queixa por agressão contra Neliton duas vezes na Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (Deam). Há nove meses, ele encostou uma colher quente em seu rosto. "Ele sempre foi agressivo, mas jamais imaginei que pudesse chegar a esse ponto. Nunca pensei que isso poderia acontecer. Infelizmente meu filhinho assistiu tudo muito espantado. Espero que não fique traumatizado", disse. O caso foi registrado na 16ª DP (Barra).
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