sábado, 26 de maio de 2012

Criança desaparecida foi assassinada pelo pai junto com a mãe


A polícia descobriu que a menina Nívia Victória Leite, de 2 anos, também foi assassinada. Ela estava desaparecida desde 31 de janeiro deste ano, quando sua mãe, a cabeleireira Renata Aparecida Leite, 25 anos, foi encontrada morta. O crime ocorreu em Governador Valadares, Leste do Estado. O principal suspeito do homicídio é o pai da criança, o agente penitenciário Breno Soares de Oliveira, de 31 anos, que está preso.

Segundo a polícia, o agente é casado, pai de dois filhos e estava sendo chantageado pela cabeleireira, que ameaçava contar à mulher dele sobre o relacionamento extraconjugal. Dois comparsas que teriam participado do crime também estão presos.

O corpo da cabeleireira foi encontrado com marcas de tiros e facadas em um local ermo do Distrito Industrial, na manhã seguinte ao seu desaparecimento. Como ela havia saído de casa com a filha, as buscas se concentraram na procura pela menina. Em abril, reclamando demora nas investigações, a família da cabeleireira ofereceu R$ 5 mil de recompensa a quem desse pistas sobre o paradeiro da criança. Na última segunda-feira (21), durante as investigações que contaram com quebra de sigilo telefônico e bancário, a polícia chegou a Luciano Félix Rodrigues, de 23 anos, que confessou e desvendou toda a trama.

Segundo o delegado da Homicídios, Clériston e Amorim, o rapaz contou que foi convidado por Henrique Gerônimo Alves, de 27 anos, amigo de Breno, para matar Renata. O crime foi premeditado. A polícia descobriu que no final de semana que antecedeu o duplo assassinato, Breno ligou para Renata 37 vezes para convencê-la a sair com ele. Segundo o delegado, Renata era boa mãe e evitava sair de casa quando a filha vinha de São Geraldo de Tumiritinga, onde era criada pelos avós, para passar o final de semana com ela.

Depois de convencer Renata a encontrá-lo, Breno levou primeiro os comparsas para o local do encontro. Como estava escuro, Renata não quis sair do carro e os dois homens simularam um assalto. Luciano teria dado o primeiro tiro, na cabeça de Renata, que correu para o lado de Breno, que deu uma rasteira na mulher. Caída, ela recebeu várias facadas desferidas por Henrique. Breno teria terminado o serviço, dando outras facadas na mulher.

Segundo o delegado, Luciano contou que a menina chamava Breno de pai e parecia não ter visto nada porque não estava assustada. Eles seguiram com ela para a estrada de acesso ao distrito de Nova Floresta, onde Breno teria decidido matá-la. “Na versão de Luciano, Breno levou a menina para trás do carro, se abaixou, deu um beijo na testa dela e a estrangulou. Henrique chegou logo depois e a esfaqueou várias vezes. Já na versão de Henrique, Breno estrangulou a menina e jogou o corpo no mato”, conta o delegado Amorim.

Como o corpo de Renata foi encontrado logo, Breno teria voltado ao local e dado um “sumiço” no corpo da menina. “As investigações continuam para tentarmos encontrar o corpo de Nívia, mas não será fácil. Só o Breno sabe onde ele está e não quer dizer nada”, conta o policial, justificando que a região onde foi jogado é grande, de muitas pastagens.

Os três homens estão presos e vão responder por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Se condenados a pena máxima, eles poderão ficar até 30 anos atrás das grades. Além de encontrar o corpo da menina, a polícia quer saber qual a participação de Gilmar Alves dos Santos, de 42 anos, na trama. Ele era o atual companheiro de Renata e foi da casa deles, na avenida Itália, bairro Grá-Duquesa, que a mulher e a criança saíram na noite do crime. O rapaz, que no início ajudava a polícia a elucidar o crime, usava documentos falsos em nome de Rodrigo e fugiu depois de ter um mandado de prisão expedido contra ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário