terça-feira, 28 de abril de 2015

Ameaça de Panelaço faz Dilma evitar pronunciamento de 1º de maio

O temor de protestos nas ruas e, principalmente, de panelaços, fez a presidente Dilma Rousseff suspender o tradicional pronunciamento do Dia do Trabalho, comemorado no dia primeiro de maio, em rede nacional de rádio e televisão. O temor de panelaço foi avaliado pelos assessores mais próximos do Palácio do Planalto. Dilma irá se pronunciar por meio das redes sociais.

O Palácio do Planalto ainda não definiu se o pronunciamento será em forma de vídeo a ser divulgado com um vídeo na internet ou se o recado aos brasileiros será feito por mensagens de texto. A decisão foi tomada durante reunião do conselho político do governo no começo da noite dessa segunda-feira.

Os ministros próximos à presidente afirmaram ao Correio que “a construção da imagem é trabalho gradativo e se, neste momento, ainda estamos analisando fatos positivos a serem divulgados, é mais prudente guardarmos anúncios para momento posterior”. Com a suspensão do pronunciamento, Dilma quebra a tradição e, pela primeira vez, desde que assumiu o mandato no dia primeiro de janeiro de 2011, não falará aos trabalhadores em rede de rádio e televisão.

“Ela vai dialogar pelas redes sociais com os brasileiros e brasileiras. Foi uma decisão coletiva de toda a coordenação política. Coletiva e unânime que ela deveria usar as redes sociais”, disse o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, na noite dessa segunda-feira, após reunião com ministros.

A decisão do governo foi tomada depois que o primeiro pronunciamento de Dilma do ano, em 8 de março, no Dia Internacional da Mulher, foi acompanhado de panelaços, vaias e buzinaços pelo país. O temor era de que o mesmo ocorresse na próxima sexta-feira caso ela falasse. “A presidenta vai continuar usando a televisão, usando a cadeia nacional quando for necessário. Nesse momento, entendemos que não é a melhor forma de comunicação”, afirmou.

“A presidenta não teme nenhum tipo de manifestação da democracia. Toda manifestação que é oriunda da construção de um Brasil democrático, a presidenta não tem temor por isso. A presidenta só está valorizando um outro modal de comunicação. Ela já valorizou as rádios, valoriza todos os dias a comunicação impressa, ela valoriza a televisão e ela resolveu, desta vez, valorizar as redes sociais”, disse o ministro, após a coletiva de imprensa. Segundo Silva, ainda não há definição de qual será o modelo adotado para se comunicar na próxima sexta.

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