sábado, 21 de agosto de 2010

855 jovens do CE são vítimas de tráfico humano


Atraídos por promessas de emprego, falsas histórias de amor ou pelo simples interesse de viajar e conhecer grandes capitais, centenas de moças e rapazes naturais do Ceará, caem, com frequência, nas "garras" das redes especializadas em aliciamento de pessoas para fins de exploração. No último levantamento feito pela Escritório de Enfrentamento e Prevenção ao Tráfico de Seres Humanos e Assistência à Vítima (EEPTSH), da Secretaria da Justiça do Ceará, chega a 855 o número de pessoas que foram atendidas pelo órgão nos últimos três anos.

Esse dado refere-se àquelas moças e rapazes que contam com a sorte de familiares ou amigos que buscam ajuda. Partem deles as denúncias que levam a Sejus e outras entidades a realizarem as buscas, na tentativa de trazer de volta esses jovens para seus lares.

Na maioria das vezes, são garotas que saem de Fortaleza, Juazeiro do Norte, Aracati, Pindoretama, Quixadá, Caucaia e outros municípios na aventura de irem a lugares diferentes, ganhar dinheiro para fazer compras e, algumas vezes, ajudar a família. O perfil das vítimas, levantado pela Secretaria da Justiça do Ceará, aponta que os principais destinos dessas moças e rapazes, além das cidades do litoral cearense, são países estrangeiros, como Itália, Holanda e Portugal.

A idade, na maioria dos casos, varia entre 18 e 35 anos. No entanto, não deixam de surgir, repetidas vezes, adolescentes que são induzidas à exploração sexual. Um exemplo que chamou a atenção dos profissionais do Escritório de Enfrentamento ao Tráfico foi o das irmãs Talita e Taís (os nomes usados são fictícios), de 13 e 14 anos. A história de terror começou quando Talita foi seduzida por um policial. Quando descobriu a situação, a mãe tentou afastar a filha do homem, no entanto, as irmãs revoltaram-se contra ela e, em pouco tempo, já estavam numa casa de praia, no Pecém, sem conseguir retornar. Uma das amigas foi ao local e conseguiu fazer a denúncia para a mãe, que procurou a Sejus.

Até que o cativeiro fosse "estourado", vários órgãos parceiros atuaram juntos - Polícias Militar e Civil, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Delegacia de Combate aos Crimes de Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). As meninas estavam, como outras, sendo exploradas sexualmente. Seis pessoas foram presas. Talita e Taís voltaram grávidas, com marcas de fortes agressões.

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