segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Discurso da derrota de Serra tem choro, aplausos e vídeo em família


Com olhos marejados, semblante de decepção e sob aplausos de quem o esperava. Foi assim que o candidato José Serra (PSDB) chegou ao comitê central de sua campanha, no centro de São Paulo, duas horas e meia depois da divulgação de sua derrota na disputa pela Presidência da República e da vitória da petista Dilma Rousseff.
Ao descer do carro, na porta do comitê, uma sequência de abraços o aguardava. Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Roberto Freire (PPS-SP) compunham o batalhão de aliados vindos de todo o país que se revezavam para consolar o candidato desolado. No palco, faltou espaço para tanta gente.
Logo que começa a falar, o discurso é interrompido pelo som de uma TV que vazava pelas caixas de som.

O discurso prossegue e, em tom de agradecimento, as interrupções agora eram por conta dos aplausos da plateia, formada por militantes que estiveram no comitê ainda durante a apuração, na esperança de uma virada e, depois do resultado, permaneceram para devolver o agradecimento.

- Não vim aqui pra falar da frustração, mas da confiança e da esperança. Nesses meses duríssimos em que enfrentamos forças terríveis.

Próximos a Serra, assessores que sofreram ao lado do candidato os “meses duríssimos” choravam. Na plateia, as lágrimas também rolavam. E mais aplausos.
Verônica Serra, filha do candidato e que teve seu nome ligado a escândalos durante a campanha, gravava em sua câmera digital o discurso emocionado do pai. Foi ela que, enquanto o tucano listava os nomes que ganhariam um “agradecimento especial”, cochichou o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no ouvido do candidato, que perguntou no microfone.
Lembrando discurso emocionado que fez durante a campanha, pouco antes do primeiro turno, encerrou a fala derradeira citando versos do hino nacional, incentivando um coro de militantes.

- Mas, se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta, nem teme, quem te adora, a própria morte.

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