segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Plínio sobre governo Dilma: `acho que vai rolar muito mensalão´

O candidato à presidência da República derrotado no primeiro turno, Plínio de Arruda Sampaio (Psol), afirmou nesta terça-feira ao Terra que o grande problema da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), será "administrar a bancada fisiológica" eleita no Congresso e disse acreditar que o mensalão vai voltar. "Acho que vai rolar muito mensalão".
A partir de 2011, o bloco governista de Dilma terá, na Câmara, pelo menos 372 dos 513 deputados - até 2010 eram 357 deputados - e no Senado 58 integrantes dos 81 - até este ano são 39.
"Essa maioria é uma maioria absolutamente fisiológica, vai exigir cargos, vai exigir vantagens. Já já nós temos um outro mensalão por aí", afirmou Plínio, e acrescentou: "a bancada dela é proposta pelos conhecidos partidos, onde estão os maracuteios. De modo que de maracuteio só pode sair maracutaia".

Para o socialista que declarou voto nulo no segundo turno, a vitória destas eleições foi de Lula e não de Dilma. "Tanto assim que a imprensa internacional só pôs vitorioso o Lula", declarou.

Plínio não deixou de repetir as críticas que fez a Dilma durante o decorrer da campanha ao dizer que ela é politicamente desconhecida. "Eu vejo com muita preocupação o que vem pelo futuro, porque é uma incógnita. Você não sabe o que essa mulher vai fazer porque ninguém a conhece politicamente".

Segundo Plínio, o novo governo é uma ameaça, pois para ele, as mudanças necessárias não acontecerão. "É uma ameaça no seguinte sentido: é a continuação de uma política de enganação, enquanto os problemas do Brasil vão se agravando tremendamente. A educação está muito ruim, a saúde está um lixo, a violência cresce de uma maneira desmedida, o País se desindustrializa, a pouca indústria que fica se desnacionaliza de modo que é um processo de regressão neocolonial que vai continuar".

Questionado se ele acredita que o governo Dilma será mais personalista ou se voltará ao PT, Plínio disse que não tem como prever, mas acredita que, a princípio, ela seguirá os conselhos de Lula. "Não dá para dizer, tudo indica que ela será monitorada por um staff indicado pelo Lula", afirmou e acrescentou: "o Lula já se deu ao luxo de estar indicando ministro para ela".

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