domingo, 30 de janeiro de 2011

Sertão Central produz energia verde para o País

A inovação tecnológica é o caminho para o Brasil carimbar seu passaporte definitivo no seleto grupo de países que produzem combustíveis limpos em escala global. Com expertise no etanol derivado da cana-de-açúcar, o País busca avançar na chamada segunda geração deste combustível e, nos últimos seis anos, tem envidado esforços para produzir biodiesel em larga escala. Neste cenário, os centros de estudos e pesquisas de norte a sul do País - inclusive no Ceará - dão a sua contribuição para tornar competitivo o setor, garantindo a sustentabilidade.

O papel estratégico do Brasil na transição da produção de combustíveis fósseis para os biocombustíveis é mundialmente percebido. Os líderes do Global Sustainable Bioenergy Project (GSB) acreditam que a biomassa poderá suprir 30% da demanda internacional de energia para a mobilidade nos próximos 50 anos. Líder absoluto na produção de etanol de cana-de-açúcar, o País poderá substituir, com esse combustível renovável e relativamente limpo, de 5% a 10% da gasolina consumida em todo o Planeta até 2025.

A meta, perfeitamente viável, demandará investimentos anuais de US$ 5 bilhões, em agricultura, indústria e logística, segundo dados apresentados durante a Convenção Latino-Americana do GBS. Os pesquisadores avaliam que este investimento proporcionará, em contrapartida, um aumento de US$ 31 bilhões/ano no valor das exportações.

Biodiesel de peixe

Apesar dos entraves, sobretudo no campo, o biodiesel também tem tudo para avançar, com planejamento, pesquisas que ampliem a produtividade das culturas envolvidas e inclusão social. A Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec), por meio do Laboratório de Referência em Biocombustíveis (Larbio), tem pesquisado sobre a produção de biodiesel de gordura das vísceras de peixe. O peixe é composto 10% de vísceras, delas extraem-se 50% de óleo resultando na produção de 90% de biodiesel.

Inclusão lenta

Há seis anos, quando foi lançado o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), a promessa era de desenvolver a agricultura familiar, sobretudo no Nordeste, com o cultivo de oleaginosas para servir de matéria-prima à produção do combustível.

A capacidade instalada de produção de biodiesel no País está em torno de 5,1 bilhões de litros, segundo estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV). A demanda para viabilizar a mistura de 20% até 2020 é estimada em 14,3 bilhões de litros, com investimentos de aproximadamente R$ 7,3 bilhões. O consumo nacional de biodiesel totalizou 2,5 bilhões de litros, em 2010, representando crescimento de 56% sobre 2009.

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