segunda-feira, 18 de abril de 2011

Duas pesquisas nacionais já testam vacinas contra a dengue

Três pesquisas indicam a possibilidade da criação de vacinas contra os quatro tipos de dengue no Brasil que poderão ser usadas no programa de imunização do Ministério da Saúde. O desenvolvimento das vacinas segue critérios internacionais de homologação de produtos farmacêuticos para uso humano, com três fases de testes de segurança e eficácia testada em amostras consecutivas.

A pesquisa mais adiantada é a do laboratório francês Sanofi Pasteur, que está na segunda fase de estudos clínicos. Os testes ocorrem no Brasil, no Peru, na Colômbia, em Honduras, no México, em Porto Rico, em Cingapura, nas Filipinas, na Tailândia e no Vietnã. Em todo mundo, mais de 4 mil pessoas receberam uma ou mais doses da vacina.

No Brasil, o estudo clínico é feito desde agosto do ano passado pelo Núcleo de Doenças Infectocontagiosas da Universidade Federal do Espírito Santo, com um grupo de 150 crianças e adolescentes de 9 a 16 anos. A vacina em teste é ministrada em três doses, e o estudo tem a duração de 18 meses. A perspectiva da comunidade científica é de que a vacina esteja disponível daqui a cinco anos, após registro na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e o Instituto Butantan, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, também fazem pesquisas para criar uma vacina contra a dengue. Se conseguirem desenvolver as vacinas, as patentes serão nacionais.

De acordo com o diretor médico de ensaios clínicos do Instituto Butantan, Alexander Roberto Precioso, a primeira fase de estudos clínicos terá início no segundo semestre, com pessoas adultas que não sofram de diabetes nem de hipertensão e que não tenham problemas nos pulmões ou no coração, bem como nunca tenham tido dengue ou febre amarela.

"O objetivo principal é demonstrar a segurança da vacina", afirma Precioso. De acordo com ele, a vacina foi testada em macacos nos Estados Unidos. A patente da vacina testada foi cedida com exclusividade para o Butantan pelos Institutos Nacionais de Saúde (National Institutes of Health - NIH).

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