domingo, 13 de novembro de 2011

Professores do Estado podem retomar greve


Uma assembleia tensa, com várias manifestações de insatisfação dos professores da rede estadual quanto às propostas apresentadas pelo Governo do Estado, votação tumultuada e questionada. A categoria rejeitou a proposta do Comando de Greve de realizar nova assembleia em 10 dias, para que as propostas apresentadas pelo Governo fossem discutidas inclusive no Interior e as negociações tivessem continuidade. A maior parte dos professores queria já sair da assembleia ontem com o retorno da greve, que está suspensa desde setembro.

No entanto, o Sindicato dos Professores e Servidores do Ceará (Apeoc) orientou sobre os impasses jurídicos de se retomar a greve. Em seguida, a categoria acabou aprovando o indicativo de nova greve, que será comunicada à Justiça e ao Governo do Estado nesta segunda, para em oito dias úteis, no dia 25 de novembro, outra assembleia aprovar uma nova greve.

Para o presidente do Sindicato, Anízio Melo, a saída encontrada na assembleia dialoga com os aspectos legal e político. “A posição tirada agora foi mediada em cima das questões legais mínimas necessárias para a reconstrução de uma greve. Existe a soberania da assembleia e o respeito ao estado democrático e direito. É entre esses dois pólos que devemos navegar”, disse Anízio, defendendo que a assembleia mostra à sociedade que os professores respeitam sim o estado democrático de direito.

Insatisfação

Contudo, grupos de professores manifestaram indignação quanto à votação, pela forma como foi conduzida. Eles reclamavam que o Sindicato não apresentou claramente a proposta, levando a categoria a aprovar proposta igual ou muito semelhante à que havia acabado de rejeitar. “A dinâmica dessa assembleia não foi clara nem objetiva. Levou a categoria a aprovar coisa que tinha desaprovado antes. (...) Essa foi mais uma manobra do Sindicato. A categoria votou sem clareza”, criticou a professora Laura Lobato, 53, que integra o Comando de Greve.

Na opinião dela, a única vitória na assembleia foi a categoria não aprovar a proposta do Governo. Professora no município de Boa Viagem, Sarah Cidrão criticou a proposta apresentada. “Nosso foco é a repercussão do piso salarial na carreira. Ele (governador) demonstra que não está nem aí. Estamos sentindo que ele está desvalorizando a carreira”, disse.

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