Uma assembleia tensa, com várias manifestações de insatisfação dos professores da rede estadual quanto às propostas apresentadas pelo Governo do Estado, votação tumultuada e questionada. A categoria rejeitou a proposta do Comando de Greve de realizar nova assembleia em 10 dias, para que as propostas apresentadas pelo Governo fossem discutidas inclusive no Interior e as negociações tivessem continuidade. A maior parte dos professores queria já sair da assembleia ontem com o retorno da greve, que está suspensa desde setembro.
No entanto, o Sindicato dos Professores e Servidores do Ceará (Apeoc) orientou sobre os impasses jurídicos de se retomar a greve. Em seguida, a categoria acabou aprovando o indicativo de nova greve, que será comunicada à Justiça e ao Governo do Estado nesta segunda, para em oito dias úteis, no dia 25 de novembro, outra assembleia aprovar uma nova greve.
Para o presidente do Sindicato, Anízio Melo, a saída encontrada na assembleia dialoga com os aspectos legal e político. “A posição tirada agora foi mediada em cima das questões legais mínimas necessárias para a reconstrução de uma greve. Existe a soberania da assembleia e o respeito ao estado democrático e direito. É entre esses dois pólos que devemos navegar”, disse Anízio, defendendo que a assembleia mostra à sociedade que os professores respeitam sim o estado democrático de direito.
Insatisfação
Contudo, grupos de professores manifestaram indignação quanto à votação, pela forma como foi conduzida. Eles reclamavam que o Sindicato não apresentou claramente a proposta, levando a categoria a aprovar proposta igual ou muito semelhante à que havia acabado de rejeitar. “A dinâmica dessa assembleia não foi clara nem objetiva. Levou a categoria a aprovar coisa que tinha desaprovado antes. (...) Essa foi mais uma manobra do Sindicato. A categoria votou sem clareza”, criticou a professora Laura Lobato, 53, que integra o Comando de Greve.
Na opinião dela, a única vitória na assembleia foi a categoria não aprovar a proposta do Governo. Professora no município de Boa Viagem, Sarah Cidrão criticou a proposta apresentada. “Nosso foco é a repercussão do piso salarial na carreira. Ele (governador) demonstra que não está nem aí. Estamos sentindo que ele está desvalorizando a carreira”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário