Um pedido de doação de medicamento, feito pela
diretora de enfermagem do Hospital Universitário de Santa Maria, Soeli
Terezinha Guerra, 50, ajudou a esclarecer a natureza dos sofrimentos impostos aos jovens feridos e mortos no incêndio da boate Kiss.
Hidroxocobalamina é o nome do medicamento solicitado. Serve para
combater a intoxicação causada pelo gás cianeto, o mesmo usado nas
câmaras de gás nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial.
Era o princípio ativo do tristemente famoso Zyklon B dos campos de extermínio.
Segundo o pesquisador Anthony Wong, diretor médico do Ceatox
(Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da USP) trata-se de um dos venenos mais letais,
por sua capacidade de paralisar os mecanismos de produção de energia das
células, matando-as.
Pois o cianeto apareceu junto com a fuligem e o monóxido de
carbono dentro da Kiss, como consequência da combustão dos materiais
usados no revestimento acústico.
"Não tem cheiro nem cor e é capaz de matar em um prazo curtíssimo, de quatro a cinco minutos", explica Wong.
A detecção do cianeto é feita por análises químicas. Mas essa suspeita já existia mesmo antes da confirmação laboratorial.
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