Com apenas uma nota fiscal emitida ao mês, deputados federais
conseguem usar toda a cota de combustíveis a que têm direito. No Senado,
os valores chegam a ultrapassar os R$ 20 mil. Entre os documentos
apresentados, estão notas de postos de combustível de parentes dos
parlamentares e estabelecimentos que foram doadores em suas campanhas.
Levantamento
feito pelo Estado mostra que, no primeiro semestre, dez deputados
gastaram até o último centavo a que têm direito. Eles apresentaram
apenas uma nota por mês com o valor total da cota, sempre em seus
Estados de origem, nos mesmos estabelecimentos ou pertencentes ao mesmo
dono.
De janeiro a junho, a Câmara dos Deputados gastou R$
7,8 milhões para reembolsar os gastos de parlamentares com combustíveis e
lubrificantes. Cada um tem direito a consumir R$ 4,5 mil mensais para
abastecer veículos usados no exercício do cargo.
Ângelo
Agnolin (PDT-TO), por exemplo, traz na descrição da nota apresentada em
março o consumo de 1.521 litros de gasolina, o que seria suficiente para
fazer um carro médio rodar pelo menos 15 mil quilômetros. Ainda na
mesma nota, o deputado paga três preços diferentes de gasolina comum (R$
2,79, R$ 2,95 e R$ 3,12).
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