O volume dos 153 açudes públicos do Ceará monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) está quase chegando aos 10%. O boletim revela uma reserva de 12,9% da capacidade total. São 130 açudes abaixo de 30% da capacidade, sendo que 78 estão com cota abaixo dos 5% e oito deles, completamente secos. Em breve mais cidades do Interior passarão a enfrentar o mesmo colapso registrado em Quixeramobim e Boa Viagem, onde poços profundos e carros-pipa estão abastecendo as sedes.
Na Bacia do Alto Jaguaribe, dos 24 reservatórios públicos, 15 apresentam volume inferior a 3%. Além da Bacia do Banabuiú, com 3,3%; a do Curu apresenta praticamente o mesmo percentual. A dos Sertões de Crateús está com 1,3%; a do Baixo Jaguaribe apresenta o quadro mais crítico, com apenas 0,2%.
E não há perspectiva de melhoria até fevereiro do próximo ano. Esse é o diagnóstico feito pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) para este trimestre. Conforme os meteorologistas, o Oceano Pacífico Equatorial apresenta, atualmente, elevada anomalia de aquecimento, caracterizando o El Niño mais intenso desde 1997/1998.
Segundo a análise da Funceme, esse fenômeno pode trazer consequências negativas para o Nordeste do Brasil, como a escassez de precipitações. O prognóstico aponta 69% de probabilidade de chuvas abaixo da média no Ceará durante o período. As chances de haver precipitações em torno da média são de 23% e, para chuvas acima da média, a probabilidade é de apenas 8%. Todos os meses a instituição lança a previsão climática para o trimestre posterior. Entretanto, o principal prognóstico sai na segunda quinzena de janeiro.
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