segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Aliados já admitem início de processo de cassação contra Eduardo Cunha

Enquanto estimula o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não descuida de seu próprio futuro. Ele já foi avisado por aliados que no Conselho de Ética dificilmente escapará da admissibilidade do processo que pode lhe cassar o mandato. Com obstrução e pedidos de vista, Cunha e seus aliados vem conseguindo adiar a votação da cassação no Conselho de Ética, mas nesta segunda-feira (07/12), o órgão volta a se reunir e pode votar o relatório de Fausto Pinato (PRB-SP), que aponta indícios suficientes para a ampliação da investigação contra o peemedebista. 

O cálculo do presidente da Câmara e de oposicionistas que voltaram a lhe dar chance de respirar depois que ele encaminhou a abertura do processo de impeachment leva em consideração o tempo: no conselho, já lhe disseram interlocutores do DEM e do PSDB, será impossível reverter os votos de Betinho Gomes (PSDB-PE) e de Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS). O DEM também garantiu que seu representante, Paulo Azi (BA), vai se posicionar pela admissibilidade. 

No entanto, calculam aliados de Cunha, a chance de sobrevivência estaria no próprio plenário. Por essas avaliações, uma vez aprovado o impeachment, os ânimos seriam outros, o que facilitaria a defesa de Cunha. Mas ninguém assume a estratégia claramente. 

 — No Conselho de Ética, a votação será pela admissibilidade. Mas não posso adiantar um processo que tem outras etapas pela frente. As denúncias contra ele são fortes, mas é preciso ver sua defesa — afirmou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE). 

Marchezan Júnior afirma que nem ele nem Betinho facilitarão a vida de Cunha no conselho, mas observa que o impeachment pode mudar o cenário mais adiante. 

— O caminho de Dilma e de Cunha está muito difícil. Há provas documentais contra ele. Posso falar por mim e pelo Betinho que o nosso critério será técnico — garantiu o tucano. — Esse nível de negociação (de livrar o presidente da Câmara da cassação em plenário) talvez até aconteça. Não é descartável. Mas, pelo que temos hoje, não condená-lo seria difícil. Ainda há espaço, porém, para ele provar mais adiante que as acusações são falsas.

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