sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Brasil abriga mais de 4,3 mil refugiados de 82 nacionalidades

Caso o governo de Mahmoud Ahmadinejad tivesse aceitado a oferta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em conceder refúgio a Sakineh Ashtiani, 43, acusada de adultério e sentenciada à pena de morte por apedrejamento, a iraniana seria a 32ª refugiada do país no Brasil. O país abriga hoje 4305 refugiados de 82 nacionalidades, segundo dados do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), ligado ao ministério da Justiça.

De acordo com o levantamento feito pelo órgão, em primeiro lugar aparece Angola, com 1688 pessoas morando no Brasil, seguida pela Colômbia (589), República Democrática do Congo (431), Libéria (259) e Iraque (201). O Irã aparece em 15° lugar na lista de refugiados, com 31 pessoas abrigadas no Brasil.

Segundo a Acnur, cerca de 43,3 milhões pessoas em todo o mundo foram forçadas a deixar seus países de origem por causa de conflitos e perseguições até o final de 2009. Destas, apenas 251 mil retornaram para casa nesse ano – o menor número desde 1990.

De acordo com o Conare, refugiados são caracterizados como vítimas de perseguições religiosas ou políticas e cujas vidas foram ameaçadas.

Dos 4305 que vivem no Brasil, 3895 são reconhecidos por vias tradicionais de elegibilidade (aqueles que solicitaram refúgio estando em território brasileiro e obtiveram a condição de refugiado).

Os demais são reconhecidos pelo programa de reassentamento --solução empregada a partir do momento em que no país onde se concedeu o refúgio pela primeira vez não se encontram mais presentes condições necessárias para a proteção e integração dos refugiados.

O presidente brasileiro sinalizou interesse em dar refúgio para Sakineh Ashtiani, a iraniana condenada ao apedrejamento no último sábado. "(Apelo para que) permita ao Brasil conceder asilo a esta mulher", disse durante um evento em Curitiba. Anteriormente, ele havia afirmado que era um assunto interno do Irã.

O porta-voz do Ministério do Exterior do Irã, Ramin Mehmanparast, afirmou poucos dias depois que Lula tinha uma "personalidade emotiva" e fez sua proposta de conceder asilo à iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani sem "informação suficiente" sobre o caso.

Uol

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