sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Seu pãozinho ficará mais caro


O aumento do preço do milho lá nos Estados Unidos, as secas e os incêndios na Rússia e a procura do Oriente Médio e da Europa por novos fornecedores de trigo vão aumentar em média 17% o preço do pãozinho que você come todo santo dia por aqui. Isso porque o trigo, principal ingrediente do pão, está 40% mais caro no mercado mundial e o Brasil importa 60% de todo o trigo que consome.

Lá fora, o clima está tenso. A Rússia, responsável por 20% da exportação mundial de trigo, cortou o abastecimento até dezembro deste ano. As secas e os incêndios no País comprometeram 20 milhões de toneladas do grão e o jeito foi parar de vender para o Exterior e salvaguardar o mercado interno, com a ajuda da Ucrânia que também suspendeu as exportações para outros países.

Desabastecidos, Europa e Oriente Médio - entre eles o Egito, maior importador mundial de trigo - foram atrás de novos fornecedores, como Estados Unidos e Canadá - que também vendem para o Brasil. Com a procura maior, os produtores aproveitaram para aumentar os preços, que, nos EUA, já vinham subindo impulsionados pelo aumento do preço do milho.

Com essa onda, o fato é que, de julho para agosto, o trigo processado aumentou 30%, ou seja, 50 kg de farinha de trigo, que antes custavam R$ 58, agora valem R$ 86.

Reajustes

De acordo com presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria (Sindipan-CE), Lauro Martins Filho, as padarias não vão repassar tudo para o consumidor. O preço do quilo do pão, que hoje, em Fortaleza, varia entre R$ 4,50 e R$ 7,60, deve ficar, no mínimo, 17% mais caro. Fatores como a concorrência, o poder aquisitivo do consumidor, o custo operacional da padaria vão influenciar.

''Evitamos ao máximo repassar o preço para o consumidor, porque as vendas caem muito. Foram três anos sem reajuste, mas com um aperto desse vai ser impossível segurar'', afirma Lauro.

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