sexta-feira, 10 de setembro de 2010

400 mil pessoas vivem com menos de R$ 30 por mês

Que a desigualdade no Ceara é grande, já se sabe. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD - 2009) trouxe dados comprovando a situação complicada do Estado. O levantamento do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP) do curso de pós-graduação em Economia da Universidade Federal do Ceará (Caen/UFC) apresentou avanços na análise do estudo nacional e confirmou a gravidade da condição do cearense.

De acordo com o estudo, quase metade da população do Estado vivia abaixo da linha da pobreza em 2009. Isso significa aproximadamente 4 milhões de pessoas com renda inferior a R$232,50. Dessas, cerca de 10% vivem com R$29,52 ao mês. São 400 mil pessoas que moram, comem, se locomovem e pagam as contas com menos de R$30.

Pelos cálculos do coordenador executivo da pesquisa, o economista Flávio Ataliba, os 10% mais ricos do Estado ganham em média 58 vezes o valor que os 10% mais pobres recebem. “E essa diferença aumentou. Em 2008, esse número era 43 vezes maior”, ressalta o professor. Para fazer um comparativo, a renda média no Ceará teve uma redução em 20,78%, já no Nordeste a redução foi de 2,67 e no Brasil a redução foi de 0,40%.

A desigualdade fica latente quando a mesma avaliação é feita com a parcela dos mais ricos. Comparando o Ceará, o Nordeste e o Brasil, observa-se que a renda média do trabalhador que recebeu mais de R$1.616,84 em 2008 teve um crescimento no Estado de 5,29%, índice superior aos 4,94% do Nordeste e bem acima do 1,13% registrado no Brasil.

Embora os dados tenham ainda reflexos de um ano de crise internacional, já que trazem índices de 2009 em relação a 2008, o pesquisador diz que não se pode “colocar tudo na conta da crise”, já que outros Estados nordestinos não mostraram a mesma redução na renda média mensal dos trabalhadores.

Pergunta:

Será que os políticos estão preocupados com isso?

É pra refletir.

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