sábado, 2 de outubro de 2010

Garoto precoce lê e escreve


Reriutaba. As primeiras palavras lidas e escritas por uma criança são sempre motivo de orgulho para os pais. Porém, quando trata-se de um garoto de apenas três anos, o fato torna-se ainda mais admirável. É o que acontece com Paulo Sérgio Bezerra Brito, aluno da Escola Severiano Rodrigues da Rocha, na localidade de Lagoa Grande, zona rural deste Município. Filho de agricultores, o pai, Antônio Brito, nunca foi à escola, não sabe ler nem escrever o próprio nome; a mãe, Alvina Farias, abandonou os estudos muito cedo, não chegando concluir nem o 4º ano do Fundamental.

O primeiro presente dado pelo avô ao garoto foi uma cartilha. Como para onde ia levava o livrinho contendo as letras do nosso alfabeto, acabou despertando a atenção da mãe. "Procurei ensinar para ele as letras do alfabeto, e ele conseguia memorizar muito rápido. Hoje, já forma e ler palavras", comemora a mãe, ao mesmo tempo em que lembra que Paulo Sérgio aprende tudo com a maior facilidade.

Destaque na escola

Levado para a escola a poucos metros de casa, o menino acabou despertando a atenção de todos pela inteligência. "Toda palavra que escrevia na lousa para uma turma mais avançada ele conseguia ler com muita facilidade, e isso causava estranheza e curiosidade", disse a diretora da escola, Teresa Maria Cruz. Paulo Sérgio é aluno do maternal, mas na sala onde estuda, existem meninos de todas as faixas etárias, três, quatro e também de cinco anos.

Atenta ao caso do menino, a Secretaria de Educação de Reriutaba tem acompanhado de forma especial sua evolução cognitiva. Para a secretária, Maria de Jesus Alves, a habilidade para a leitura hoje, poderá trazer problemas futuros, se não tratada de forma especial. "Estamos trabalhando uma equipe multidisciplinar para acompanhar o comportamento do garoto. Trata-se de uma pessoa superdotada", disse Maria de Jesus. Especialistas acreditam que a maior parte das crianças e dos adolescentes com habilidades acima da média - os superdotados - não aparecem nas estatísticas e não recebem atendimento adequado. A explicação é simples: eles não são conhecidos.No Censo Escolar elaborado pelo Ministério da Educação em 2009, apenas 5.186 dos 52 milhões de alunos matriculados na Educação Básica aparecem como superdotados. Hoje, eles representam somente 0,01% da população estudantil.

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