segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Bolsa-Família: 42% dos beneficiários continuam miseráveis

Um levantamento inédito do Ministério do Desenvolvimento Social, feito a pedido do jornal Estado de São Paulo, mostrou o número de famílias que permanecem na extrema pobreza apesar de receberem o benefício do Bolsa-Família. Entre as 12,7 milhões de famílias beneficiárias do programa, 7,4 milhões (58%) encontram-se na faixa de renda entre R$ 70 e R$ 140 mensais por pessoa da família. Dessas, 4,4 milhões (35% do total dos beneficiários) superaram a condição de extrema pobreza com o pagamento do benefício. Mais ainda restam 5,3 milhões (42%) de miseráveis no programa. A condição de pobreza extrema é definida pela renda de até R$ 70 mensais por pessoa da família, segundo as regras do programa; miseráveis são pessoas com renda de até R$ 2.30 por dia.

Acabar com o problema significa ter de mais do que dobrar o valor do benefício básico, de R$ 68, pago às famílias que têm renda per capta de até R$ 70. A média dos pagamentos, hoje em R$ 96 mensais, também teria de aumentar. O impacto nas contas públicas seria um gasto extra de R$ 8 bilhões. A presidente eleita, Dilma Rousseff, recorrerá a uma medida provisória, no início do mandato, para fixar rajuste nos pagamentos do Bolsa Família. Um reajuste acima da inflação acumulada, de cerca de 9%. está em estudo. Mas a possibilidade de pagar um benefício que eleimine imediantamente a pobreza entre os beneficiários nem sequer é considerada.

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