segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

191 mulheres mortas na Região do Cariri em 11 anos

O ano começou com dois homicídios contra mulheres na Região do Cariri. As duas mortes, registradas nos dias 12 e 13 deste mês, reacendem o debate acerca da violência que atinge mulheres na região.

Com os dois casos de 2012, o Cariri alcança a cifra de 191 assassinatos de mulheres - a maioria no âmbito doméstico e por motivações diversas - no período de 2001 ao primeiro mês 2012. A taxa de violência contra a mulher na região é considerada uma das mais altas do Nordeste.

Encontrada morta no último dia 12, Maria José Rodrigues, 65, teria sido morta pelo filho, no Crato. O corpo foi achado em avançado estado de decomposição e o suposto assassino fugiu. No dia seguinte, Natália Coelho de Luna, 24, morreu no Hospital São Vicente, em Barbalha, oito horas após ter sido esfaqueada na garganta por uma adolescente que seria amante de seu pai.

Para a vereadora e militante do movimento de mulheres no Crato, Mara Guedes (PT), a violência de gênero no Cariri faz parte de uma cultura deturpada que ganha força pela impunidade, falta de combate dos órgãos de segurança e a morosidade da Justiça.

Mara diz que os homens se sentem ameaçados pelas mulheres. “Muitos se sentem donos dos corpos e da vida das mulheres e por isso acham que podem até matar”, destaca a parlamentar.

Ela aponta que o machismo e a dominação fazem parte de uma “cultura do atraso, e isso deve ser combatido com políticas públicas, educação, e em determinados casos, com a força das leis e da Justiça”.

“A impunidade é a cúmplice da violência”, aponta Francisca Alves da Silva, fundadora do Conselho de Defesa da Mulher do Crato. Para ela, se houvesse mais punições haveria menos violência. “A pessoa mata outra e depois fica solta, como se nada tivesse acontecido”, afirma.

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