Alguns dos nomes escolhidos como testemunhas de defesa pelo deputado José Nobre Guimarães (PT), um dos envolvidos no escândalo conhecido como caso dos “dólares na cueca”, não compareceram para prestar depoimento nesta quarta-feira (7) à Justiça Federal. Um deles é o também deputado Ivo Gomes (PSB), chefe de gabinete e irmão do governador Cid Gomes (PSB).
Segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal, as testemunhas não foram intimadas porque teriam sido escolhidas pelos réus. Com isso, não tinham obrigação de comparecer. Entre as testemunhas listadas que compareceram, estão o ex-presidente estadual do PT, Joaquim Cartaxo, Francisco de Assis Diniz e Henrique Jorge Tinoco de Aguiar.
Caso
O caso dos dólares na cueca estourou em 2005 com a prisão do então assessor de José Guimarães na Assembléia Legislativa, José Adalberto Vieira da Silva, ao tentar embarcar de São Paulo para Fortaleza com R$209 mil reais e 100 mil dólares presos à roupa íntima. O escândalo chegou a derrubar da presidência do PT José Genoíno, irmão do deputado José Guimarães.
A Justiça Federal iniciou na segunda-feira (5) o depoimento dos réus. O primeiro a ser ouvido foi o ex-assessor especial da presidência do Banco do Nordeste, Kennedy Moura Ramos. Foi para ele a primeira pessoa para quem José Adalberto ligou ao ser preso. Kennedy é suspeito de ter facilitado a liberação de um empréstimo do Sistema de Transmissão do Nordeste (STN) junto ao Banco e seria o destinatário de parte do dinheiro apreendido.
O deputado José Nobre Guimarães também será ouvido por carta precatória em Brasília. Mas por ter fôro privilegiado, tem prerrogativa de escolher local e data, ainda não definida.
José Adalberto e a mulher, Raimunda Lúcia Pessoa de Lima, também deveriam ter sido ouvidos na segunda. Eles moram em Aracati, litoral Leste do Ceará, e chegaram a vir a Fortaleza. O advogado de defesa do casal, Alexandre Sinigália, que veio de São Paulo, solicitou à Justiça o direito de ambos serem ouvidos por meio de carta precatória em Aracati.
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