sexta-feira, 20 de abril de 2012

Troque sua dívida cara por uma mais barata

As recentes reduções nas taxas de juros dos bancos são uma grande oportunidade para quem deseja trocar sua dívida “cara” por uma “mais barata”.

Forçadas por bancos oficiais como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que diminuíram suas taxas, no início do mês, instituições privadas como HSBC, Itaú, Santander e Bradesco já anunciaram também suas reduções, o que significa mais opções para o consumidor.

“É preciso, no entanto, pesquisar antes de tomar qualquer decisão, pois há ainda muita diferença entre as taxas”, recomenda o professor do Curso de Pós-Graduação em Economia (CAEN), da Universidade Federal do Ceará (UFC), Almir Bittencourt.

Ele diz que é importante buscar a ajuda de especialistas, como consultores financeiros, nessa pesquisa, porque algumas ofertas de taxas mais baixas podem vir acompanhadas de outros produtos que acabam por tirar a vantagem inicial da mudança de banco. “A taxa de juros nominal, que é a especificada no contrato, nem sempre é a que se paga no final, porque, muitas vezes, há taxas de administração, exigência de saldo médio, anuidades e até mesmo venda de seguros de vida, de automóvel e títulos de capitalização”, explica.

Segundo o gerente de Mercado Pessoa Física do Banco do Brasil no Ceará, Carlos Eduardo Navajas Camboim, o consumidor precisa realmente fazer as contas para ver se a portabilidade compensa. Ele afirma que, se a diferença entre as taxas de um e de outro banco for muito pequena, a cobrança da variação da Selic (taxa básica do governo) – que é um mecanismo usado na antecipação do pagamento de dívidas criado para evitar que os bancos tenham prejuízo – pode fazer com que a dívida fique maior, o que é desvantajoso. “Há bancos que cobram também o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), quando este já foi cobrado no outro banco”, acrescenta.

Quando realizada com critério, no entanto, a portabilidade da dívida pode ser bastante vantajosa. Em alguns casos, como a redução na taxa de juros do rotativo do cartão de crédito do Banco do Brasil, a diferença para as taxas aplicadas no mercado chega a 75%. “Enquanto outros bancos e operadoras estão aplicando uma taxa entre 12% e 15%, nós reduzimos para 3%, e agora para 2,94%”, diz Eduardo Navajas, se referindo à nova redução das taxas mínimas do BB, anunciadas ontem, acompanhando a última redução da Selic, hoje em 9% ao ano.

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