Sob gritos de “escravos” e “incompetentes”, um grupo de 96 médicos
estrangeiros inscritos no programa Mais Médicos, do Governo Federal, foi
hostilizado, na noite de ontem, durante um protesto organizado pelo
Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec) em frente à Escola de Saúde
Pública, no bairro Meireles. Os profissionais estrangeiros - entre eles,
79 cubanos - participavam de uma solenidade de acolhimento organizada
pelo Ministério da Saúde (MS).
Isso é uma palhaçada. Como se aprende medicina, português e
legislação do SUS (Sistema Único de Saúde) em três semanas?”, comentou o
presidente do Simec, José Maria Pontes. Segundo o médico, o protesto
não era contra a vinda de médicos estrangeiros, mas a favor da aplicação
do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida). “Como
eles vão exercer a medicina sem comprovante da prática médica?”,
indagou.
O protesto, que teve início por volta das 18 horas,
levou a equipe de segurança da Escola Pública de Saúde a trancar as
portas do prédio, impedindo o acesso dos manifestantes. Os médicos
estrangeiros e representantes do Ministério da Saúde e da Secretaria da
Saúde do Estado (Sesa) permaneceram por cerca de meia hora encurralados
dentro do local. Viaturas da Polícia Militar (PM), incluindo equipes do
Batalhão de Choque, acompanharam a saída dos profissionais.
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