quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Homem acusado de assassinar agricultor “covardemente” vai a julgamento em Quixelô

A casa havia recém-sido construída. A família vivia a realização de um sonho antigo. Um sonho que foi interrompido pela crueldade de um homem. O sol já tinha dado lugar a Lua quando o agricultor José Luiz Filho foi assassinado covardemente com um golpe de faca pelas costas, no dia primeiro de setembro de 2013.

Como fazia todas as tardes de domingo, Dedé – como era conhecido – jogava sinuca em um bar próximo a sua residência, na localidade da Salsa, zona rural de Quixelô. Segundo testemunhas, Manoel Gomes da Silva teria iniciado um bate-boca com alguns frequentadores do estabelecimento, dentre eles, a vítima.

Tido por familiares e amigos como um “homem calmo e bastante quisto na região”, Dedé se ausentou do local, a fim de afastar-se da briga e se dirigiu ao seu imóvel, distante poucos metros do bar.

Momentos depois, Manoel fez o mesmo percurso e foi até a casa de José. Lá, ele o chama com o pretexto de que queria desculpar-se. José, com parcimônia conversa por alguns instantes e diz “está tudo bem”. Antes de se despedir, o acusado pede um copo com água. Dedé o atende e, após de beber água, Manoel vai embora.

Contudo, com premeditada intenção – conforme considerou a esposa do agricultor, a qual estava na casa no momento do homicídio – Manoel Gomes regressa, entra na casa da vítima já com uma faca em mãos e vai até a cozinha, onde estava o agricultor. Naquele compartimento, Dedé recebe “um golpe traiçoeiro e covarde pelas costas”, segundo relatos da esposa.

José sofreu hemorragia interna, vindo a óbito no local. Após o crime, Manoel fugiu em uma canoa, no entanto, fora capturado instantes após e levado a cadeia da cidade, onde se encontra preso até hoje.
Dedé deixou esposa, três filhos e incontáveis amigos semeados aos longos dos 49 anos de vida. “A casa conquistada após muito suor, outrora motivo de felicidade, hoje possui uma lacuna impreenchível”, destaca a filha Géssica Maria.

Julgamento

O julgamento do acusado Manoel Gomes da Silva será realizado nesta quinta-feira, 04 de novembro, na cidade de Quixelô. A decisão é do juiz Marcelo Gomes de Souza, em respondência pela Vara Única de Quixelô.

O réu será levado a júri popular acusado de homicídio duplamente qualificado. Manoel foi denunciado por homicídio duplamente qualificado – por motivo fútil e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Em depoimento, ele alegou legítima defesa.

Ao analisar o caso, o magistrado determinou que o acusado fosse levado a júri popular. Para o juiz, “a prova testemunhal colhida aponta, de forma harmônica e uníssona, a existência de indícios suficientes de autoria a ser atribuída ao réu, bem como quanto à sua intenção criminosa e as circunstâncias em que se desenvolveu a ação delitiva, mormente quanto às qualificadoras sustentadas na denúncia”.

“A condenação dele [Manoel Gomes] não trará meu pai de volta, mas é um conforto que todos nós esperamos. Queremos que ele pague pela barbaridade que fez, queremos justiça”, finaliza Géssica.

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