quinta-feira, 12 de março de 2015

Manifestação contra Dilma define nível de insatisfação


A manifestação de partidos de oposição e entidades não-governamentais, marcada para o próximo domingo em capitais e cidades brasileiras, medirá o nível de insatisfação popular dos brasileiros com o Governo da presidente Dilma Rousseff. A manifestação terá gritos contra a política econômica, marcada, nesse início do segundo mandato de Dilma, por medidas que atingem o bolso das empresas e dos trabalhadores.  O pedido de impeachment, também, entra na pauta de domingo.

Os principais líderes dos partidos de oposição, como o tucano Aécio Neves, estão céticos em participarem dos protestos. Cauteloso, Aécio acompanhará as manifestações. Admite, porém, a possibilidade de se engajar aos protestos.

O Palácio do Planalto acompanha a mobilização e a análise é que, se a manifestação for expressiva, a crise política poderá ganhar nova dimensão com mais pressões dos aliados do Governo no Congresso Nacional. O PMDB, principal parceiro do PT e do Governo, espera o estouro da boiado – mais insatisfação popular, para colocar em pauta na Câmara e no Senado projetos que agradam aos brasileiros e irritam o Palácio do Planalto.

Os articuladores políticos do Governo chegaram a classificar o tímido panelaço durante o pronunciamento da presidente Dilma Dousseff, na noite de domingo, em cadeia nacional de rádio e televisão, como protesto da elite, dos ricos. Se as manifestações de domingo ganharem nova dimensão, com a presença de trabalhadores e lideranças comunitárias nas ruas, o discurso do Palácio do Planalto, será reavaliado.

Uma das estratégias dos organizadores da manifestação é dar um cunho popular aos protestos. Em um vídeo distribuído por rede social entre fiéis, o pastor e apresentador de TV, Silas Malafaia, convoca a população para as manifestações pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff programadas para domingo.

“Vamos todo mundo para a rua neste domingo”, diz no vídeo de 42 segundos, o presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. “Vamos protestar”. Malafaia é aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e trabalhou por sua eleição para o comando da Casa.

Cunha é desafeto do Palácio do Planalto e acusa a Procuradoria Geral da República de ter agido politicamente com o governo para incluí-lo na lista de pedidos de investigação entregue pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF (Supremo Tribunal Federal) por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás.

“Olha a vergonha: uma lista de um procurador que isenta todo mundo do Poder Executivo. Quer dar um atestado de idiota ao povo brasileiro”, afirma o pastor.

“Queremos a justiça, toda essa quadrilha, seja do Executivo, do Legislativo, toda essa raça na cadeia. Vamos para rua protestar, que é um direito nosso”, afirma Malafaia para encerar dizendo “Deus abençoe a todos”.

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