quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

FGTS poderá ser liberado para pagar dívidas

Além do desemprego, o endividamento de quase 60% das famílias brasileiras é um dos principais responsáveis pela retração do consumo no País neste período de instabilidade econômica. Pensando em minimizar esse problema, o governo do presidente Michel Temer estuda liberar o saque de até R$ 1 mil do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o trabalhador pagar dívidas. 

A possível mudança, que estaria no minipacote de medidas do governo para estimular a economia, já começa a causar polêmica, por distorcer as principais funções do FGTS: garantir verba para emergências e ajuda de custo para assuntos importantes, como saúde e habitação, além de auxiliar o trabalhador em caso de demissão. 

Para o economista Ediran Teixeira, a medida transformaria o FGTS em salário e, ao invés de reduzir o endividamento no Brasil, abriria espaço para o trabalhador fazer mais dívidas. "Boa parte do dinheiro do FGTS, que funciona como uma reserva, seria gasto. As pessoas não podem confiar nesse recurso para quitar dívidas. Isso colocaria a finalidade do FGTS pelo ralo", critica. 

Pelos cálculos realizados até agora por técnicos do governo federal, a medida poderia comprometer até R$ 30 bilhões do fundo com recursos dos trabalhadores. Apesar de haver resistência de alguns técnicos em relação à mudança, as posições contrárias vêm diminuindo devido à falta de opções de medidas que não tenham impacto fiscal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário