Com sangue no olho direito e lágrimas no rosto, o flanelinha e morador de rua José Valderlon Marques da Silva, 36, chorava sem entender o motivo de ter sido atingido por um tiro disparado de uma espingarda de ar comprimido. O fato ocorreu no começo da manhã de ontem, na Rua Dragão do Mar, na Praia de Iracema. Os acusados do crime são três jovens de classe média, que acabaram presos.
Segundo a Polícia, ao ficar frente à frente com o acusado de ter atirado contra ele, o morador de rua perguntou: "Por que você fez isso comigo? Que mal lhe fiz", indagou ao empresário do ramo de restaurantes Marcus Venícius Araújo Silveira, 26, detido e autuado em flagrante por lesão corporal, no plantão do 2º DP (Aldeota).
Tiros
Conforme a Polícia, este foi o terceiro caso de moradores de rua atingidos por tiros disparados por armas de ar comprimido desde o último sábado (13). Nas ocasiões anteriores, as duas pessoas foram atingidas com disparos nas costas feitos por homens que ocupavam um veículo Stilo preto. Mesmo feridas, as vítimas não quiseram registrar as ocorrências, temendo represálias, por morarem na rua e permanecerem sem nenhuma proteção, principalmente durante a noite.
Desta vez, os acusados do crime foram detidos pelos soldados Wescley César e Kleber Oliveira que encerravam o turno C (de 22h às 6h) de patrulhamento na patrulha de prefixo RD-1032. Eles já saíam do serviço e dirigiam-se à 1ª Cia/5ºBPM para a troca de efetivo quando ouviram pelo rádio da viatura a informação da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) de que um flanelinha havia sido atingido no olho direito por um tiro disparado por três homens que trafegavam em um Fiat Stilo preto.
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