quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

93% dos analfabetos ganham até dois salários mínimos

A redução do analfabetismo entre brasileiros com 15 anos ou mais tem acontecido de maneira lenta e permanece um grave problema na educação do país. Segundo estudo do Ipea (Insituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 93% dos analfabetos estão concentrados na faixa de renda de até dois salários mínimos. A análise, feita com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostragem de Municípios) 2009, foi divulgada nesta quinta-feira (9).

É na categoria renda que se "evidenciam as maiores disparidades entre as taxas de analfabetismo no país", considera o "Comunicado 70" do Ipea. A maior porcentagem de analfabetos (19,2%) está na faixa de renda de até um quarto de salário mínimo. Se somados, os segmentos de sem declaração de rendimentos ou sem rendimentos chegam a 17,1%.
Conforme a renda aumenta, menor é a taxa de analfabetos na população. No grupo com ganhos que superam cinco salários mínimos o índice fica em 0,3%.
Caso a redução do analfabetismo continue no ritmo dos últimos cinco anos, o país não irá chegar à taxa prevista na Conferência Mundial de Educação de Dacar, de 6,7% em 2015. A constatação foi feita por Mozart Neves Ramos, membro do conselho de governança do Movimento Todos pela Educação na época da divulgação da Pnad, em setembro.

Programas pouco efetivos
Segundo o Ipea, a lenta redução do analfabetismo "se deve à incipiente inserção nos programas de alfabetização de jovens e adultos, assim como à sua baixa efetividade".
Para os pesquisadores do instituto o problema é mais acentuado entre a população de 65 anos ou mais. "Tal afirmação é corroborada pelo aumento de cerca de 12% no contingente de analfabetos nesta faixa etária, no período aqui analisado" (2004-2009).

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