Com três vezes mais detentos que a capacidade, o presídio Aníbal Bruno, no Recife, está sendo considerado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a pior penitenciária do Brasil.
O local abriga hoje 4.493 presos, mas tem vaga para apenas 1.448 homens. Devido à falta de espaço, os reeducandos passam a maior parte do tempo soltos pelos corredores e pelo pátio.
A desorganização é tamanha, que alguns detentos construíram barracões de madeira na área externa que hoje servem de celas. Dentro do presídio também há comércio de frutas, cigarros e outros produtos.
Segundo o juiz Éder Jorge, um dos coordenadores do mutirão carcerário do CNJ, os detentos precisam revezar para dormir porque não há espaço para todos. “Se enfileirarmos todos os reeducandos em pé dentro das celas, não se consegue fechar as grades”, disse Jorge.
Devido aos graves problemas constatados, o magistrado classificou o Aníbal Bruno como o “pior presídio do Brasil” e comparou a situação atual do presídio com a antiga Casa de Detenção de São Paulo, o extinto Carandiru [desativado e demolido parcialmente em 2002].
O juiz disse ainda que o Aníbal Bruno conta com apenas cinco agentes por plantão para vigiar os mais de 4.000 presos. “A situação do Aníbal é de total descontrole. O presídio ainda utiliza alguns reeducandos para tomar conta das chaves das celas. Isso não pode existir”, afirmou o juiz.
Festa
O descontrole dos reeducandos do Aníbal Bruno é tamanho que no dia 18 de junho foi realizada uma festa, com direito à presença de MCs, bebida e equipamento de som. A festa foi filmada, e as imagens foram postadas no YouTube. A Secretaria Executiva de Ressocialização abriu sindicância para apurar a entrada do telefone celular ou câmera que filmou a festa.
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