Suspeitos de envolvimento em um suposto esquema de fraude em
licitações e desvio de dinheiro público, o ex-prefeito de São Gonçalo do
Amarante, Walter Ramos de Araújo (PR), o ex-vice-prefeito, Francisco
Moraes Braga (PPS), e outras 26 pessoas – entre ex-gestores,
engenheiros, advogados e empresários – tiveram prisão temporária
decretada ontem pela Justiça, na operação “Vil metal”.
O
prejuízo aos cofres de São Gonçalo teria chegado a R$ 3,4 milhões, mas o
Ministério Público Estadual (MP-CE) aponta que o dano no Ceará pode ser
bem maior. Isso porque, de acordo com o promotor Eloilson Landim, há
indícios de que as irregularidades investigadas tenham atingido outras
prefeituras, causado rombo de até R$ 30 milhões. Segundo ele, 1.215
licitações podem ter sido fraudadas pelas sete empresas acusadas e por
outros gestores municipais.
Informações do Tribunal de Justiça
do Ceará (TJ-CE) e do MP-CE apontam que o dinheiro teria sido usado
para pagar serviços de engenharia nunca realizados, de 2007 a 2011.
Também haveria sinais de que os cheques emitidos pela Prefeitura eram
depositados nas contas bancárias dos envolvidos ou de outras empresas. A
Justiça determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário dos supostos
envolvidos, além de ter decretado a indisponibilidade de seus bens.
Até
o início da noite de ontem, 25 dos 28 suspeitos, incluindo o
ex-prefeito e ex-vice, haviam sido presos e levados à Delegacia de
Capturas, em Fortaleza. O local ficou bastante movimentado com o entra e
sai de vários advogados – dois deles confirmaram defender
acusados na operação “Vil metal”, mas preferiram não dizer o nome dos
clientes e nem se manifestaram em defesa deles.
Ontem, pelo
menos três pessoas prestaram depoimento na Procuradoria dos Crimes
Contra a Administração Pública (Procap). Enquanto aguardava para ser
ouvida, uma ex-secretária de São Gonçalves do Amarante chorava muito, e
preferiu não dar entrevista. A expectativa é que o ex-prefeito Walter
Ramos seja ouvido apenas hoje.
Detalhes hoje
A
Procap não informou que outros municípios podem ter sido atingidos e
quais os nomes das sete empresas investigadas. Os detalhes da operação
devem ser divulgados apenas na manhã de hoje, em entrevista coletiva. O
advogado do ex-prefeito de São Gonçalo, Paulo Quezado, disse que o
ex-gestor agiu na legalidade e que ainda aguarda o desenrolar do
inquérito e das perícias para se manifestar sobre o caso.
O Povo
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