terça-feira, 20 de julho de 2010

Quadrilha desviava R$ 2,2 milhões por ano de contracheques

Quatro pessoas foram presas em uma operação desencadeada pela Delegacia de Defraudação (DDEF) da Polícia Civil do Rio na manhã desta terça-feira (20). De acordo com a Polícia Civil, a Operação Hermes, que conta com 60 agentes, foi deflagrada em quatro estados: Rio, Espírito Santo, Minas Gerais e Ceará. Dos quatro presos até agora, dois foram capturados na capital fluminense, um em São Gonçalo, na Região Metropolitana, e um em Vitória, capital capixaba. A polícia afirmou que, por ano, eram desviados em torno de R$ 2,2 milhões.

Ao todo foram expedidos sete mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. A investigação, que começou em junho de 2009, descobriu que a quadrilha montou associações de classe, que ofereceriam supostos descontos, convênios e auxílios para servidores federais, com o objetivo específico de fraudar os contracheques deles.

“Os descontos eram feitos sem autorização na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do Ministério da Saúde”, explicou o delegado-titular da DDEF, Robson Costa. As associações conseguiam o cadastro e documentos dos servidores e falsificavam assinaturas para autorizar os descontos, direto no contracheque, junto aos órgãos públicos.

Quadrilha desviava mais de R$ 2,2 milhões por ano

Muitas vezes, o desvio passava despercebido, já que os descontos variavam entre R$ 10 e R$ 150. A quadrilha, que atuava desde 1995, fraudou contracheques de cerca de 3,8 mil servidores federais.

Um homem foi preso em Vitória, no Espírito Santo, e a esposa dele no município de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Dois irmãos também foram presos, uma em Copacabana, na Zona Sul, e outro na Pavuna, no subúrbio do Rio.

Além dos quatro presos, foram apreendidos computadores e fichas cadastrais em três associações, no Rio e em Niterói: Associação Nacional dos Servidores Públicos da Previdência Social (ANSPPS), Associação dos Servidores da Administração Pública Federal (ASEAP) e Associação dos Agentes de Saúde Pública do Brasil (ASABRAS). Outras duas associações – Associação dos Servidores Públicos e Auxílio Mútuo (Aspam) e Grêmio Nacional de Assistência aos Servidores da Previdência Social (Grerasps) – também são investigadas.

“Nós queremos, agora, descobrir como a quadrilha conseguiu o cadastro dos servidores. Provavelmente é alguém ligado a algum ministério, como o da Saúde ou do Planejamento”, afirmou o delegado. A Operação Hermes continua nas ruas atrás dos outros três integrantes da quadrilha que ainda não foram presos.

G1
Ozemar Rodrigues

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