terça-feira, 5 de outubro de 2010

Apenas 35 deputados federais são eleitos a partir dos próprios votos

Apesar de receber número suficiente para ser eleito, muitos candidatos não conseguem assumir os postos pelos quais se candidataram por conta das regras de votação. O levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), divulgado nesta segunda-feira (4/10), revela que apenas 35 deputados federais foram eleitos no domingo (3) a partir dos próprios votos. Isso significa que, 478 restantes entrarão na Câmara em 2011 puxados pelos votos de outros.

O deputados mais votados do país – Tiririca (PR-SP), com 1,35 milhão de votos é um dos que puxou vários postulantes a assumir uma cadeira no Congresso Nacional. Já na Câmara Legislativa do Distrito Federal, 14 perderam a cadeira para pessoas que receberam quantidade menos significativa de votos.

Os postulantes Paulo Roriz (DEM), Dr. Charles (PTB) e Guarda Janio (PSB) compõe o grupo mais votado, mas sem vaga. Eles obtiveram respectivamente 16.762 (1,19%); 14.329 (PTB) e 13.735 (0,98%) dos votos válidos, mas não conseguiram se eleger. Enquanto Benedito Domingos (PP) e Celina Leão (PMN) com 9.479 (0,67%) e 7.771 (0,55%) garantiram uma vaga na Casa.

Apesar do número grande de candidatos nessa situação, o cientista político da Universidade de Brasília (UnB) Ricardo Caldas explica que isso é esperado em todas as eleições. "Isso faz parte do funcionamento do sistema eleitoral. Eu penso que ele não é o mais representativo, mas há quem concorde com ele e diga que funciona", afirma.

Cálculo

De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) o cálculo para a Câmara Legislativa é feito da seguinte forma: após somar os votos validos dos candidatos de todos os partidos ou coligações, o número é dividido por 24 (quantidade de vagas na Casa). Cada vez que um partido ou coligação atingir esse número na totalização de seus votos, ele elege um candidato (na ordem do maior número de votos para o menor).

O caso é que, dessa maneira, todas as 24 vagas não são preenchidas. Para calcular as sobras, soma-se todos os votos válidos do partido e depois divide o número pela quantidade de vagas que ele já alcançou mais 1. Por exemplo, se o partido já tiver três candidatos eleitos, o número de votos para o partido é dividido por 4. O partido com o maior número após essa conta elege mais um. Esse calculo da sobra vai se repetindo até as 24 vagas serem completadas.

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