sábado, 30 de outubro de 2010

É cedo para prever qual será o legado de Lula

Na quinta-feira, 28, a quatro dias da votação decisiva para a escolha de seu sucessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha um compromisso político dos mais importantes no Nordeste. Para muitos, petistas principalmente, um evento considerado crucial diante da cinzenta e tensa conjuntura que cerca de boatos e previsões caóticas e insensatas a votação em segundo turno neste domingo (31).

Lula iria a Recife participar do que se anunciava como apoteótico comício em favor da candidata Dilma Rousseff no estado natal do presidente e na região onde a petista que ele empurra ladeira acima em direção ao seu lugar no Palácio do Planalto, desfruta os números mais confortáveis nas pesquisas de todos os principais institutos.

O comício gorou, para usar a expressão bem nordestina. De manhã, Lula na capital fluminense - mais Fluminense que nunca - exercitava plenamente a tão polêmica quanto estafante dupla função que assumiu desde o começo da campanha: a de chefe de Estado e cabo eleitoral da sua candidata do peito.

Um telefonema da Argentina mudaria tudo em questão de minutos. O imprevisível, a história e o destino outra vez atravessavam os passos e os caminhos do pernambucano de Caetés: o filho de família de retirantes da seca nordestina, operário metalúrgico em São Paulo, pouca escola e quase tudo em cima para dar errado - incluindo mandinga e mau olhado, como ele repete em suas frequentes viagens à Bahia. No entanto, em 2002 chegaria pelo voto ao posto máximo de mando no País.

Qualquer que seja o resultado das urnas amanhã, oito anos e dois mandatos depois, Lula sairá do Palácio do Planalto em janeiro de 2011 na condição de mais popular governante da história do País. Com aprovação de mais de 83% da população brasileira, segundo o mais recente levantamento da CNT/Sensus.

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