segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Emoção e acusações devem dominar reta final da campanha presidencial

As propostas para o futuro já são coisa do passado. A uma semana da votação, as eleições presidenciais se encaminham para o apelo emotivo e para ataques duros ao risco que o oponente significaria para o Brasil. Isso sem deixar de lado as mensagens sobre a alegria de ir às urnas e de defesa da união nacional. Esse será o tom da semana final de campanha, dizem analistas políticos consultados.

A diferença de 12 pontos entre Dilma Rousseff (PT) e o segundo colocado José Serra (PSDB) não permite conclusões definitivas sobre o tom da disputa. Mas já é possível saber que a petista quer acelerar corações de eleitores com a ajuda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto o tucano poderá apostar em denúncias contra a adversária e no polêmico incidente que viveu no Rio de Janeiro há alguns dias.

David Fleischer, professor da UnB (Universidade de Brasília), diz que a temperatura eleitoral dependerá principalmente de Serra. "Ele está atrás e, se achar que pode vencer, terá de se arriscar. Dependendo do impacto de denúncias contra a campanha de Dilma, pode ter uma chance. Se o impacto na mídia for baixo, ele pode acabar preso a um desfecho mais tranquilo, como o de Geraldo Alckmin em 2006."
Para o cientista político, a tentativa do tucano de abordar a mudança de posição de Dilma na questão do aborto foi "contraproducente", porque afastou moderados de sua candidatura e também reduziu a popularidade do ex-governador de São Paulo entre religiosos que tomaram conhecimento do suposto aborto feito por Monica Serra, mulher do presidenciável. "Isso neutralizou qualquer ganho", afirmou.

Professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Claudio Couto lembra que nem sempre a reta final é tranquila. Nas eleições de 1989, Fernando Collor e Lula trocaram duros ataques até o fim. Uma ex-namorada do petista, Miriam Cordeiro, foi exibida para acusar o então candidato de abandonar sua filha, Lurian. O atual presidente acabou derrotado, mas a distância entre os rivais era consideravelmente menor.

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