quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Mesmo com dois `presidentes´, Brasil chega enfraquecido ao G20

Com Dilma Rousseff ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva durante a reunião do G20 (o grupo das 20 maiores economias do planeta), que acontece nestas quinta e sexta-feira em Seul, na Coreia do Sul, o Brasil terá a situação inédita de enviar dois líderes a um encontro multilateral de cúpula.

Mas mesmo com a participação dobrada, com a presidente eleita e o presidente em fim de mandato, o Brasil chega à reunião de Seul com a posição no grupo enfraquecida, de acordo com analistas ouvidos pela BBC Brasil.

Uma das razões para isso, segundo eles, é a ausência de Lula na última reunião de cúpula do grupo, em Toronto, em junho, e a do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, à reunião ministerial preparatória para a cúpula, realizada no mês passado em Gyeongju, na Coreia do Sul.

Para John Kirton, professor de ciência política da Universidade de Toronto e diretor do G8 Research Group e do G20 Research Group, que acompanham a atividade dos dois grupos, as ausências nas duas reuniões "foram lidas por muitos como um boicote do Brasil ao G20".

"A ausência de Lula foi a primeira de um líder do G20 a uma cúpula. Se eles não estão lá para colocar a posição brasileira, isso enfraquece a posição do país. Funcionários de baixo escalão não têm a mesma força", afirmou ele à BBC Brasil.

Lula justificou sua ausência à reunião de cúpula de Toronto alegando que tinha que permanecer no Brasil para acompanhar o auxílio às vítimas das enchentes que castigavam o Nordeste do país na ocasião.

Mantega e Meirelles disseram que não podiam comparecer à reunião ministerial de Gyeongju, no mês passado, por causa da reta final da eleição presidencial e do acompanhamento das medidas tomadas para elevar a taxação dos investimentos estrangeiros no país.

"Lula não era apenas um líder qualquer do G20, era a estrela do show. Sua ausência foi bastante sentida em Toronto, e a desculpa que ele deu foi pouco convincente, assim como foram pouco convincentes as desculpas de Mantega e Meirelles para não irem à reunião ministerial", afirmou.

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