Na casa, não havia mais ninguém. Apenas uma grávida de 22 anos. Ela sentia dores. Fortes dores desde as 18h do dia anterior. Deitou. Mas passou a noite em claro. As contrações não permitiam um cochilo sequer. O sol chegou e nada do pequeno dar descanso. Até uma ida ao banheiro.
Algo simples, não fosse o estouro da bolsa d´água. Eram 7h20min de ontem. E João Iarley vinha ao mundo de forma apressada. Tão depressa que só deu tempo de gritar por socorro. O desespero alarmou a cunhada, moradora da casa ao lado - onde também vivem o padastro e a mãe.
Na Pajuçara, distrito de Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza, Mônica Soares Bezerra deu à luz o seu sexto filho com o apoio da cunhada e de quatro policiais do Ronda do Quarteirão. Os PMs foram acionados por outra vizinha. "Doía muito e eles me pediam para ter calma. Mas, na hora, não dá para ter calma", narra.
Sequer deu para esperar a ambulância. Logo, o parto improvisado aconteceu no chão do banheiro mesmo. Quando a equipe do Hospital Pajuçara Dionísio Lapa chegou, o bebê já estava nos braços da ajudante e a mãe sentada no vaso sanitário. O cordão umbilical mantinha-se preservado. "Não cortamos, porque não tínhamos equipamento", explica o soldado Josenir de Lima Pereira.
Na porta da casa, uma multidão de curiosos. Tentando abrir caminho, a avó da criança. Eram quase 8h e dona Maria das Dores vinha justamente no hospital. Estava lá há um dia. Acompanhava a neta, Luana, 3, submetida a uma cirurgia no braço. "Eu e meu marido ficamos desesperados com aquele horror de gente e a situação em si. Mas, quando entrei, ele (João Iarley) já tinha nascido", lembra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário